2018 foi um ano difícil.
Mas tudo começa em 2013, 1º
semestre. Começo a faculdade de Direito
na Facos, em Osório, hoje UNICNEC. O início, como sempre, foi um encanto. E até
que foi encantador mesmo, durante todo o curso. Lembrando que decidi cursar
Direito devido à minha curiosidade relativa à ordem “contratual” estabelecida
entre os povos desde os tempos mais remotos.
Eis, então, que chega a tão
temida prova da OAB, ou Exame de Ordem. A aprovação em tal exame habilita o ser humano
a exercer a advocacia. Quem cursa Direito escuta o nome desta prova todos os
dias (no meu caso, noites). Todos dizem ser uma prova muito difícil. E é.
Possui duas fases: a primeira, 80 questões objetivas, onde para obter a
aprovação tem que acertar no mínimo 40 questões. Vale lembrar que cai questões
de quase todas as áreas do Direito (horrível).
Mas montei uma estratégia, dei
uma boa estudada no verão de 2018 e fiz a prova em abril. Muita alegria. Ao
sair o gabarito, no mesmo dia da prova, 8 de abril, vi que logrei êxito em 48
questões (uhuul!!!).
Agora, tinha que estudar
para a segunda fase. Escolhi Direito Penal. Esta etapa do Exame de Ordem seria mais complicada para mim, pois não possuía a
prática jurídica, muito menos trabalhei como estagiário. Mas enfim, vamos lá.
Comprei um curso muito bom,
o CEISC. Assisti a 45 vídeos de média de 3 horas cada um. Fiz anotações.
Entrava nas madrugadas. Isto era bem tenso, pois lecionava 40 horas em duas
escolas.
Aí estava se aproximando o
dia da prova, 27 de maio. Porém, uns 10 dias antes, a greve dos caminhoneiros
atrapalhou a distribuição das provas para todo o Brasil. Segunda fase adiada
para 10 de junho. Tudo bem, vamos estudar mais.
Chegou o dia 10. Fui tranquilo. A peça era Resposta à Acusação. Peça fácil. Sim, peça fácil. Ah, a segunda fase consiste em uma peça (um pedido de advogado), baseada em um caso fornecido pela banca examinadora e 4 questões. Temos que conseguir 6 pontos para a aprovação. Como disse, a peça foi fácil. As questões também. Saí feliz. Porém, no dia seguinte, a tristeza toma conta: percebi que havia escrito as respostas das questões no local errado. Sim, fiz isso. Cada questão (1 a 4) tem uma folha específica. Fiz corrido: respondi a questão 1 na folha correta, porém a dois pus abaixo, na mesma folha, e a questão 3 e 4 respondi na folha da questão 2.
Saiu o resultado e não deu
outra: reprovei. Entrei com recurso, não deu certo. Mandei o recurso à ouvidoria,
não deu certo. Me restava estudar tudo de novo para a repescagem: há uma
segunda oportunidade para fazer a segunda fase, em caso de reprovação, não
precisando voltar à primeira fase.
Foi horrível. A primeira
fase do XXVI Exame (fiz a primeira fase do XXV) era só em agosto. A segunda
fase em setembro. E eu estava no meio do TCC 2 e naquela vibe de fim de ano,
onde estamos mais esgotados. Mas depois do abalo, revi os vídeos (muito
horrível), bem como algumas questões que me causavam mais dúvida.
Eis que chega o dia 16 de
setembro. A peça era Memoriais. Um pouco mais difícil que a outra. Mas saí
confiante. O resultado só sairia em 9 de
outubro. Que espera mais sofrível. Mas esse dia chegou.
Com a nota de 6,95 consegui
a aprovação. Muita alegria, principalmente devido às circunstâncias.
Não deixa de ser um exemplo
de superação, né...