Vivemos dias de muitas oportunidades. Uma
escolha, obviamente, faz você abdicar de muitas outras. Consequência:
arrependimento hoje, arrependimento amanhã, arrependimento sempre. É preciso
saber lidar com a nossa era. Era essa em que tudo escorre pelas mãos, em uma
liquidez (lembro aqui de Zigmunt Bauman) que torna sólido hoje o que amanhã
será apenas lembrança de uma satisfação instantânea. Vivemos um tempo de muito,
que mal administrado transforma-se em nada no nosso amanhã cheio de faltas de
tempo e de correrias. Passamos tanto tempo pensando em adquirir bens materiais,
que esquecemos do nosso presente. Consequência: a vida boa, a vida sonhada, a
felicidade está sempre no futuro. E isso faz do nosso presente um trampolim
para o futuro feliz que está logo ali. Mas esta tal de felicidade nunca chega.
O trampolim vai se deteriorando com o tempo e nossas pernas já não saltam com
tanta eficiência como ontem. Já não temos tanta coragem para construir um novo
trampolim, muito menos forças. O jeito é acostumar-se com o que temos e
conseguimos. Nos conformamos como se tivéssemos fracassados na missão de
alcançar um futuro de felicidade utópica, maquiado por bens materiais e fim de
servidão ao relógio. Nos resta refletir sobre o que há de mais importante no
presente e o que queremos para o nosso amanhã.
Por Marcos Evaldt
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